Hypermarcas investe para centralizar operações
Veículo: Valor Econômico
Jornalista: Beth Koike
A Hypermarcas está investindo R$ 250 milhões para ampliação de suas unidades produtivas de medicamentos, cosméticos e fraldas descartáveis, além de centros de logística em Goiás - onde vai centralizar sua operação.
Com esse investimento, a Hypermarcas confirma sua estratégia de atuar exclusivamente nos segmentos de saúde e bem-estar. O grupo está vendendo a empresa de molho de tomate e conservas Etti e os negócios de produtos de limpeza, que tem como marcas principais a Assim e a Assolan, conforme antecipou o Valor em maio.
"Estamos consolidando nossa estratégia de focar nessas três áreas e nos desfazer de alimentos e limpeza", disse Claudio Bergamo, presidente da Hypermarcas. "Escolhemos setores que têm maior potencial de crescimento, que proporcionam uma rentabilidade que permite investir em inovação e marketing", complementou o executivo que anuncia hoje ao mercado o investimento em Goiás. Os segmentos de alimentos e produtos de limpeza hoje representam menos de 10% da receita do grupo.
Dos R$ 250 milhões, 30% são provenientes do caixa da companhia e os outros 70% são do Fundo de Financiamento do Centro-Oeste, que destina recursos do governo federal para empresas que investem nessa região do país. "Além dos incentivos fiscais, escolhemos Goiás por causa da infraestrutura, mão de obra e proximidade com mercados de consumo. Um fator que pesou na escolha foi o Financiamento do Centro-Oeste, que tem juros baixos e longo prazo, algo difícil de conseguir no Brasil", explicou o executivo.
Atualmente, a Hypermarcas conta com 23 unidades fabris, sendo 15 de cosméticos, 5 de medicamentos e outras 3 de alimentos e produtos de limpeza, distribuídas em várias regiões do país. Uma parcela dessas fábricas ligadas as áreas de saúde e bem-estar como, por exemplo, a da Farmasa e da Dorsay Monange, ambas em São Paulo, serão transferidas para Goiás. Já a unidade fabril da Mantecorp, adquirida no fim do ano passado, permanecerá no Rio.
A maior parte do investimento será revertida no complexo de medicamentos, que receberá um aporte de R$ 115 milhões. Essa unidade, localizada na cidade de Anápolis e que abrigava a fábrica da Neo Química, terá capacidade para produzir 6,5 bilhões de comprimidos por ano.
Os outros R$ 135 milhões serão destinados às operações de cosméticos na cidade de Senador Canedo, de fraldas descartáveis em Aparecida de Goiânia e no centro de logística que terá uma área de 50 mil m² a ser erguido em Goiânia.
Com a ampliação das unidades fabris e do centro de logística, cuja conclusão está prevista para daqui a dois anos aproximadamente, a produção da Hypermercas terá um crescimento de cerca de 50%, segundo Bergamo. Os novos complexos da companhia terão capacidade para atender a demanda dos próximos cinco anos.
Neste ano, a Hypermarcas pretende consolidar as 14 aquisições efetivadas nos últimos dois anos. "Em 2011, vamos arrumar a casa, consolidar a operação e capturar a sinergia das aquisições. Só no ano passado, foram feitas nove aquisições", afirmou o presidente da companhia, que encerrou o primeiro trimestre deste ano com uma receita líquida de R$ 647,7 milhões e lucro de R$ 55,2 milhões.
Passada a fase de organização interna, Bergamo não descarta aquisições fora do país. "Estamos preparando a nossa empresa para fazer frente às multinacionais e, quem sabe, no futuro, comprar empresas de fora e nos tornarmos uma multinacional como é a Ambev e o Pão de Açúcar, que agora está negociando com o Carrefour ", disse o presidente da Hypermarcas.
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