Supera nasce com 21 medicamentos





Veículo: Valor Econômico

Jornalista: Mônica Scaramuzzo

A farmacêutica Supera, joint venture recém-criada pelos laboratórios nacionais Cristália e Eurofarma, já se comporta como uma "veterana". Instalada em uma área de 10 mil m2, a nova companhia chega ao mercado com 21 marcas de medicamentos maduros, que pertenciam às duas empresas sócias, entre eles o Helleva, que combate disfunção erétil, desenvolvido pela Cristália, e o Benzetacil, anti-inflamatório adquirido pela Eurofarma.

Com gestão compartilhada, a nova farmacêutica, com sede em Interlagos, na cidade de São Paulo, será administrada por dois executivos - Helton Carvalho, oriundo da Eurofarma, e Francisco Matias Silvano, da Cristália. A empresa não terá a figura de um CEO. Carvalho ocupará o cargo de diretor comercial e Silvano, de diretor financeiro-administrativo.

Os dois executivos se reportarão ao conselho da companhia, formado por quatro membros, dois de cada companhia. Fazem parte desse conselho pela Cristália Ogari Pacheco, fundador do grupo, e Eduardo Job, vice-presidente da companhia, e pela Eurofarma estão Maurício Billi, presidente, e Júlio César Gagliardi, vice-presidente executivo.

"A Supera é uma empresa que nasce da união entre o que as duas companhias têm de melhor: a capacidade de inovação da Cristália e o desempenho comercial e promocional da Eurofarma", disse Carvalho.

Idealizada há um ano, os investimentos para a criação da nova companhia, na qual Eurofarma e Cristália têm 50% de participação cada, somam R$ 133 milhões. Desse total, R$ 13 milhões foram destinados para a infraestrutura da farmacêutica - a fábrica da Supera ocupa uma unidade que pertence à Eurofarma - e os R$ 120 milhões representam as marcas licenciadas pela Eurofarma e Cristália para a Supera.

A Supera não vai ter um centro de pesquisa e desenvolvimento próprio, explicou Carvalho. A companhia vai compartilhar o "pipeline" (produtos em desenvolvimento) da Eurofarma e Cristália. Carvalho disse que a atuação de Supera será em medicamentos de prescrição médica em sete principais especialidades: clínica geral, psiquiatria, neurologia, ortopedia, reumatologia, pediatria e urologia.

Segundo Silvano, a Cristália foi a primeira farmacêutica nacional a desenvolver totalmente uma molécula. O princípio ativo do Helleva, que foi licenciado para a Supera, chegou ao mercado há quatro anos. A expectativa é de que as duas companhias desenvolvam dez medicamentos, que serão também compartilhados pela Supera. "Essa é uma prática comum do mercado [uma maneira mais rápida de avançar em participação de mercado]", afirmou Carvalho.

A meta é que a empresa comece a negociar os novos medicamentos a partir do terceiro ano de sua operação. "Em cinco anos, projetamos um crescimento da ordem de 120% de nosso faturamento", disse Carvalho. "Projetamos crescer de 15% a 20% ao ano." Nesse primeiro ano, a receita poderá atingir R$ 120 milhões (com base nas vendas dos 21 medicamentos licenciados).

Com cerca de 250 funcionários, a Supera já está nas ruas desde segunda-feira para divulgar sua marca e tocar os negócios.





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