Boehringer e Lilly lançam droga após união de €300 mi
Veículo: Brasil Econômico
Jornalista: Martha San Juan França
O primeiro medicamento resultante da aliança entre a Boehringer Ingelheim e a Eli Lilly para o tratamento do diabete foi lançado ontem no Brasil. Trata-se da linagliptina (Trayenta, nome comercial), um comprimido tomado diariamente por pessoas portadoras de diabetes tipo 2, que já estava em fase final de desenvolvimento pela Boehringer. A linagliptina é considerada um medicamento “inteligente”, porque age conforme a quantidade de glicose na circulação.
Uma das vantagens é que ela inova por não precisar de ajuste de dose. O remédio controla a glicose no sangue, sendo eliminado do organismo pela bile e pelo intestino, não sobrecarregando os rins, alvo de muitas complicações em pessoas com diabetes. Outros medicamentos da mesma categoria disponíveis no mercado são em grande parte eliminados do corpo pelo rins. No caso da linagliptina, devido à propriedade de ser excretado pela bile e pelo intestino, o médico não precisa diminuir a dose quando o paciente apresenta insuficiência renal.
“O medicamento é administrado em dose única diária, sem necessidade de qualquer ajuste”, afirma Marcos Antônio Tambascia, endocrinologista da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele também não provoca aumento de peso, náuseas e outros incômodos gastrointestinais comuns em outros remédios orais.
O acordo entre as duas gigantes farmacêuticas foi celebrado em janeiro. Pelo contrato anunciado, a Lilly pagaria ¤ 300 milhões (R$ 738 milhões) à Boehringer Ingelheim inicialmente.
Além disso, a Boehnringer receberia até ¤ 625 milhões (R$ 1,5 bilhão) nas etapas regulatórias bem-sucedidas da linagliptina e de outro medicamento oral — a Bl 10773. Da mesma forma, a Lilly receberia um total de US$ 650 milhões (R$ 1,16 bilhão) milhões nas etapas regulatórias bem-sucedidas de seus dois análogos de insulina basal em estudo — a LY260554 e a LY2963016. Caso a Boehringer decida pela participação no desenvolvimento e comercialização de um terceiro medicamento em estudo da Lilly, um anticorpo monoclonal, esta última poderá receber até US$ 525 milhões (R$ 940 milhões).
A aliança visa, segundo as empresas, fazer frente às necessidades dos pacientes diante da crescente epidemia global de diabetes e expandir a oferta de produtos, além de retorno financeiro.
Comentários
Postar um comentário