Saúde e beleza ganham fôlego com melhor poder aquisitivo




De um modo geral, o ano de 2011 foi muito favorável às indústrias farmacêuticas no Brasil. Especialmente para aquelas que investiram em genéricos.

As vendas registraram crescimento de 32% em 2010, ano em que o mercado de genéricos faturou R$ 6,2 bilhões; e tudo indica que até o fim de 2011 essa taxa será superada. Segundo Odnir Finotti, presidente da Pró Genéricos, além de significativo, esse número só aumenta nos últimos quatro anos. As projeções indicam que até 2015, o país deve se tornar o terceiro mercado do mundo, atrás de Estados Unidos e China.

Ganham as farmacêuticas que investiram nos genéricos, como a EMS, sexta empresa do setor na América Latina, detentora do maior portfólio de medicamentos do Brasil, com mais de 2 mil apresentações de produtos. Entre eles, a sildenafila (genérico do Viagra) e a atorvastatina (genérico do Lipitor), em 2010. Ambos são considerados blockbusters em seus mercados. A sildenafila já faturou R$ 166,5 milhões e vendeu 9,7 milhões de unidades.

A suíça Novartis, apesar de investir fortemente em pesquisa, também tem um braço no mercado de genéricos, com a sua divisão Sandoz, que produz e comercializa medicamentos sem a proteção de patentes, além de ingredientes ativos farmacêuticos e biotecnológicos.

“A Novartis não acha que existe conflito entre patentes e genéricos, desde que haja uma legislação industrial bem definida como ocorre no Brasil”, diz o presidente do grupo no Brasil, Alexander Triebnigg. “Eles fazem parte do nosso negócio de moléculas maduras.” Vacinas Triebnigg frisa que a subsidiária brasileira da Novartis está na oitava posição nas vendas do grupo. São quatro fábricas aqui estabelecidas (duas em São Paulo, uma no Paraná e outra no Rio de Janeiro), além do projeto de uma unidade exclusiva para vacinas em Jaboatão de Guararapes, em Pernambuco. A fábrica deve entrar em operação em 2014 e o investimento previsto é de US$ 300 milhões. Segundo Triebnigg, ali serão produzidas dois tipo de vacinas de proteínas recombinantes.

Nos últimos três anos, a empresa aumentou em 46% os investimentos em pesquisa no país, sendo que em 2011 esse valor atingiu R$ 39,1 milhões. Segundo Triebnigg, a Novartis pretende lançar oito medicamentos por ano a partir de 2012.
Outra empresa que comemora os bons resultados no Brasil é a suíça Roche. O país responde pela segunda maior taxa de crescimento de vendas do grupo, sendo superado apenas pelo mercado chinês, apesar de ter aqui apenas uma unidade industrial no Rio de Janeiro, além da matriz em São Paulo e um centro de distribuição e armazenamento em Goiás. A Roche é líder mundial em diagnóstico invitro e medicamentos para câncer e t ransplantes , além de atuar em outras áreas com produtos e serviços que auxiliam na prevenção, no diagnóstico e no tratamento de doenças.

NOVOS NEGÓCIOS

INDÚSTRIA FARMACÊUTICA:

Indústria farmacêutica cresce no Brasil especialmente no mercado de genéricos; país tem potencial de crescer ainda mais nos próximos anos.
Líder em genéricos, EMS detém o maior portfólio de medicamentos do Brasil,
com mais de 2 mil apresentações de produtos.
As multinacionais Novartis e Roche, estabelecidas há dezenas de anos no país, investem em pesquisa e novos medicamentos. Novartis terá fábrica de vacinas.

PREMIADOS

Luiz Carlos Borgonovi
Presidente do EMS
Administrador de empresas, começou a trabalhar no laboratório em 1969, apenas cinco anos após a fundação, e atuou em diversas áreas.Administrador de empresas, começou a trabalhar no laboratório em 1969, apenas cinco anos após a fundação, e atuou em diversas áreas.

Alexander Triebnigg
Presidentedo Grupo Novartis
Entrou na Novartis como presidente da subsidiária de Portugal. Foi gerente da Fisher Scientific e ocupou posições de liderança na Merck & Co., na Europa.

Adriano Treve
Presidente da Roche no Brasil
O economista de nacionalidade suíço-italiana fez carreira na Roche trabalhando em várias subsidiárias e está no Brasil desde 2008.

Edson Bueno
Diretor-presidente da Amil
Comprou o primeiro hospital em 1971, após outras aquisições, fundou, em 1978, a Amil Assistência Médica. É o atual presidente do conselho de administração.

Omar Magid
Presidente do Grupo Fleury
Membro do conselho de administração e interinamente no cargo de diretor executivo de
medicina integrada e de aquisições. Trabalha no Fleury desde 2000.

Cláudio Lottemberg
Presidente do Albert Einstein
Mestre e doutor em oftalmologia, professor co-orientador de pós-graduação da Unifesp e ex-Secretário municipal de Saúde de São Paulo.

Mercado de R$ 27,3 bilhões atrai mais investimentos das multinacionais e acirra concorrência

Brasileira sempre foi vaidosa e grandes companhias como L’Oréal e Unilever sabem bem disso. A gigante francesa desembarcou no país em 1939, quando o primeiro agente comercial da empresa, o francês Maurice Bélières, chegou ao Rio de Janeiro criando a Maurice Bélières e Cia Ltda. Há 52 anos, o grupo se instalou definitivamente no Brasil. Já a angloholandesa Unilever fincou sua operação no país há 82 anos.

As duas marcas, grandes responsáveis pelo desenvolvimento de várias categorias de produtos de higiene pessoal e beleza no país, dominavam o mercado praticamente sozinhas até que o Brasil passou a atrair uma infinidade de companhias estrangeiras de olho nas madeixas, na pele e na boca das brasileiras.

A americana P&G desembarcou no país em 1988, com a aquisição da empresa brasileira de
perfumaria Phebo, mas foi só nesta década que realmente decolou no país. Oano de 2011 deve entrar para a história da P&G no Brasil, graças a investimentos pesados em ações como
o “Avião do Faustão”e até mesmo a oferta gratuita de cremes Olay em farmácias do país.

A dona de marcas como Pantene, Gillette e Pampers, além de produtos de limpeza como
Ariel e Ace, adotou uma estratégia agressiva para abocanhar um pedaço do bilionário mercado brasileiro de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, que movimentou R$ 27,3 bilhões no ano passado, 10,7% a mais que em 2009. Os números divulgados pela Associação
Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) são ex-factory,
ou seja, faturamento saído de fábrica, sem impostos.

A crise financeira global que encontrou um Primeiro Mundo maduro em consumo levou automaticamente inúmeras marcas de cosméticos a focarem no Brasil. Neste ano, empresas como as americanas Benefit e H2OH e a holandesa Rituals desembarcaram no Brasil.

Tanta gente abocanhando o mercado, caso de Pantene da P&G que já é a segunda marcade xampus mais vendida do país, levou negócios tradicionais como a Unilever a reagir. De agora até meados de 2012, a gigante está investindo R$ 500 milhões no lançamento de várias marcas para cabelos e na reformulação das já existentes, como Seda. Este aporte visa ainda reposicionar a companhia para atender o consumidor com maior poder aquisitivo e necessidade por produtos para cabelos tingidos, com chapinha ou alisamento.

As empresas de vendas diretas, a exemplo da Natura, também avançam com a explosão do porta a porta. Tal crescimento resultou na nova Eudora, do Grupo Boticário, e em novos desafios logísticos. A Natura, por exemplo, está reformulando seus centros de distribuição.

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