Rede Pague Menos já tem data para estreia na bolsa
Flávia Furlan
A Pax administra uma carteira de R$ 100 milhões dos seus investidores
Grupo planeja oferta de ações para entre abril e maio e anuncia acordo de sua corretora, a Pax, com a Futura.
No ano em que fará sua primeira captação em bolsa de valores com a rede de farmácias Pague Menos - o que deve ocorrer entre abril e maio - o cearense Francisco Deusmar Queirós lança mão de estratégias para manter outro negócio do Grupo Pague Menos, comandado por ele: a corretora de investimentos Pax, fundada em 1977, um ano após Queirós ter participado da construção da bolsa de valores no Ceará, que acabou incorporada mais tarde pela Bolsa de Valores de São Paulo.
A corretora, embora represente pouco do negócio do executivo, é de "estimação".
Ontem, a Pax anunciou acordo operacional com a Corretora Futura, de São Paulo, em uma tentativa de reduzir custos, aumentar receitas e partir para ampliação de negócios no Nordeste, o que inclui o fechamento da filial de São Paulo.
"O volume de clientes que operamos justifica o negócio", afirmou Queirós com exclusividade ao Brasil Econômico, sobre os 2 mil investidores que fazem operações na Pax.
Com o acordo realizado com a Futura, apesar de manter o título de corretora, a Pax não fica ligada à BM&FBovespa, uma vez que os clientes passam a operar com a plataforma da Futura, casa que fica com um percentual ganho com as transações.
Há dois anos, o modelo havia sido adotado para o mercado futuro e agora passa também para o mercado à vista. Quanto ao home broker das casas, ele foi fundido em apenas uma plataforma.
A Pax administra uma carteira de R$ 100 milhões dos seus investidores. O faturamento da casa, no entanto, representa menos de 1% dos R$ 2,9 bilhões faturados em 2011 pelo Grupo Pague Menos, que inclui o negócio de corretagem de valores e mercadorias e de drogaria e farmácia de manipulação.
A farmácia partirá para a oferta inicial de ações neste ano, mas o executivo não divulga o total a ser captado. "Com o dinheiro, dará para fazer abertura de lojas e construir um centro de distribuição no Sudeste", diz. Ao final do terceiro trimestre de 2011, a rede contava com 459 lojas.
Sobrevivência das pequenas
Segundo João Ferreira, diretor da Futura, o mercado de corretagem de valores passa por um momento difícil, por conta do fato de ele ter esperado uma expansão que acabou não ocorrendo após a crise de 2009. "A demanda tecnológica está estrangulando as corretoras."
Desta forma, o modelo de negócio adotado por Pax e Futura permite que a corretora de Queirós reduza custos sem se desfazer da carteira de clientes.
O executivo diz que a proposta do negócio é exatamente ficar com a casa em seu portfólio. Tanto é que, mesmo se assediado, bateria o pé antes de vendê-la. "Teriam de brigar muito comigo", diz.
A vantagem do negócio para a Futura é entrar no mercado nordestino, no qual perdeu espaço há dois anos após a corretora do mercado de algodão LaFerlins deixar de operar na BM&F e terminar o acordo operacional iniciado em 2000.
"O acordo com a Pax é uma oportunidade para abrir trabalho no Nordeste, onde não tem tantas corretoras, mas agentes autônomos", diz Ferreira.
A Futura planeja abrir uma filial em fevereiro em Salvador (BA). Para Ferreira, a presença de uma corretora Futura no Nordeste não deve trazer concorrência ruim para a Pax: "O Nordeste é muito grande", pondera.
Brasil Econômico - São Paulo/SP - MERCADOS
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