Capitalizada, ePharma compra In Health


A ePharma, empresa que presta serviços para companhias que subsidiam medicamentos a seus funcionários e gerencia programas do governo como o Farmácia Popular, comprou a In Health. O valor não foi informado.
A In Health importa medicamentos produzidos à base de biologia molecular - uma das maiores apostas da indústria farmacêutica - para o governo brasileiro que tem um programa de remédios de alto custo. "Um dos programas do governo é o de medicamentos de biologia molecular e oncologia que tem um orçamento de R$ 5 bilhões", disse Carlos Pappini Jr, fundador da In Health, que ocupará cargo de diretor na ePharma.
Os recursos para a aquisição foram provenientes do aporte feito pelos fundos de investimento americanos Valiant e Aberdare . Estes compraram 45% do capital da ePharma no começo do ano passado por R$ 70 milhões.
Com a aquisição da In Health, a ePharma agregará ao seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) um montante de R$ 6 milhões até o fim do próximo ano. Em 2013, a ePharma registrou uma receita bruta de R$ 52 milhões. Porém, o grande salto deve acontecer neste ano. A empresa está prestes a fechar contrato com uma operadora de planos de saúde que fará com que o seu faturamento dobre para R$ 100 milhões.
A partir deste ano, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) passou a exigir que os convênios médicos paguem o custo de medicamento oncológico de uso domiciliar. "Vamos fazer uma gestão de um trabalho que compreende desde a compra do remédio junto à indústria farmacêutica até a entrega ao usuário. Esse é um tipo de trabalho que está fora do escopo do plano de saúde", explicou Luiz Carlos Monteiro, presidente da ePharma. Para atender essa nova demanda, ePharma criou, no ano passado, uma empresa de entrega de medicamentos especiais que demandam um tratamento diferenciado como, por exemplo, refrigeração entre outras normas definidas pela Anvisa.
Outra empresa que está de olho no novo nicho de mercado é a 4Bio, importadora de medicamentos de alto custo para hospitais, clínicas e operadoras de planos de saúde. No fim do ano passado, a 4Bio criou uma divisão para atender os convênios médicos, que agora são obrigados a pagar o medicamento oncológico.
A 4Bio já fechou contrato com cinco operadoras: Tempo Assist, Golden Cross, Care Plus, Unimeds de Juiz de Fora e de Uberlândia. "Até então, só importávamos medicamentos. Mas os planos de saúde começaram a demandar por serviços de compra e entrega de remédios especiais", disse André Kina, fundador da 4Bio. "A maioria dos medicamentos de alto custo exige refrigeração. A pontualidade é outro item fundamental, por exemplo, em tratamentos de fertilidade em que a mulher precisa tomar a remédio no horário exato", complementou Kina.
A 4Bio encerrou o ano passado com receita de R$ 92 milhões, o que representa um crescimento de 42% em relação a 2012. Desde que foi fundada em 2005, a empresa vem registrando taxas de expansão na casa dos 50%, mas esse é um patamar difícil para ser mantido. Esse foi um dos motivos que levaram Kina a agregar valor ao trabalho de sua empresa que estima um aumento de 30% no faturamento neste ano.


Veículo: Valor Econômico
Jornalista: Beth Koike

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