Estado de São Paulo perde 70 fábricas em cinco anos
Um levantamento do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma), com base em dados obtidos no Ministério do Trabalho, mostra que o número de fábricas produtoras de medicamentos caiu de 253 unidades em 2007 para 183 em 2012 em São Paulo. “O Estado perdeu 70 fábricas e pode perder ainda mais”, disse Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma.
Segundo Mussolini, boa parte dessas unidades foi fechada e outras foram transferidas para outros Estados, atraídas por incentivos fiscais.
Os casos mais recentes foram os da Hypermarcas, que está concentrando sua produção farmacêutica em Anápolis( GO). A empresa fechou três unidades – DM e Farmasa, na Grande São Paulo, e a Luper, em Bragança Paulista (SP).
A Pfizer, que possui três unidades produtoras– emItapevie Guarulhos (Grande São Paulo) e 40% da Teuto, em Anápolis –, poderá transferira produção de saúde humana da unidade de Guarulhos para Goiás, segundo fontes de mercado. A Pfizer informou que, até o momento, não há uma decisão final sobre a fábrica de Guarulhos. Atualmente, a unidade é compartilhada entre Pfizer e Zoetis (divisão de saúde animal que pertencia à multinacional, mas que foi separada no ano passado após cisão dos negócios).
“Muitos Estados têm atraído indústrias com incentivos, como Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Já alertamos o governo do Estado de São Paulo sobre isso”, disse Mussolini.
Custos de produção
Para Mussolini, outro fator que tem preocupado as indústrias é o aumento do custo de produção do setor.“ Em 2013, os custos aumentaram entre 13% e 18%, enquanto o aumento médio dos medicamentos no ano ficou em 3,56%”, disse. Para este ano, o aumento dos medicamentos deverá ficar entre 2,5% e 3%, mas os custos deverão superiores a dois dígitos. “Isso pode colocar em risco o futuro do setor. Os investimentos poderão ser menores”, afirmou.
As indústrias cresceram a uma média de 17% ao ano entre 2011 e 2013, segundo o IMS Health. Até 2018, a previsão da expansão média é de 13% ao ano. A expectativa do setor é superar até 2018 R$ 100 bilhões (sem incluir os descontos) em vendas no varejo.
Jornalista: Mônica Scaramuzzo
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