Copa: Torcedor toma mais cerveja e menos remédio durante o torneio



O consumo de medicamentos para doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, diminui no período da Copa do Mundo. A constatação é de um levantamento realizado pela fabricante de remédios Novartis que se baseou no comportamento de pacientes dos países que sediaram os últimos três Mundiais, que ocorreram na África do Sul, Alemanha e Japão/Coreia.

Segundo o estudo da Novartis, há uma queda de cerca de 1% no consumo de medicamentos de tratamento contínuo. No Brasil, 22,7% da população adulta têm hipertensão e 5,6% é portadora de diabetes, de acordo com dados de 2012 do Ministério da Saúde. Se houver uma redução de 1% no consumo de remédios para hipertensão durante a Copa, as fabricantes desse tipo de medicamento terão uma perda de R$ 5 milhões.

Dois fatores são apontados como as causas dessa diminuição. A primeira delas é que os torcedores deixam o remédio de lado nos dias dos jogos para consumir bebidas alcoólicas. O outro motivo é a mudança na rotina do paciente, que acaba esquecendo de tomar o medicamento, segundo a Novartis.

O nervosismo também afeta a saúde dos torcedores. Um estudo científico, publicado no "The New England Journal of Medicine", com 4.279 pacientes na Copa da Alemanha mostra que a incidência de infarto aumentou 2,6 vezes nos dias das partidas do time alemão.

Outro estudo de médicos brasileiros, publicado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia no ano passado, também destaca o tema. "Jogos da Copa do Mundo podem atuar como gatilhos para desencadear IAM [infarto agudo do miocárdio] (...). Considerando-se o risco ao qual a população pode estar exposta quando o Brasil sediar a Copa do Mundo em 2014 devem ser implementadas medidas de treinamento e estruturação dos estádios para suporte básico de vida."
 



Veículo: Valor Econômico

Jornalista: Beth Koike

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