Amor, receita para microcefalia
Há dois anos e meio, Gabriele Oliveira Soares literalmente “perdeu o chão”. Depois dos dois primeiros filhos, a realização do sonho de ganhar uma menina veio acompanhada do diagnóstico, a princípio, inaceitável. A pequena Manuela Vitória de Oliveira Soares nasceu com uma malformação cerebral, a microcefalia. Passado o susto, a família que vive em Braz Cubas aceitou o destino colocado sob seus cuidados e foi à luta para garantir sobrevivência e qualidade de vida à filha.
“É difícil, mas não é um bicho de sete cabeças”, diz a mãe, num recado para quem está diante do diagnóstico num período de epidemia provocado pelo zika vírus, transmitido pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito responsável pela dengue.
Gabriele transformou a rede social no principal instrumento para divulgar as conquistas de Manuela e para ajudar famílias que se deparam com a mesma situação pela qual passou – a falta de informações e a dificuldade de atendimento especializado na rede pública.
Desde que o zika vírus foi apontado como o responsável pelos casos de microcefalia, que não param de crescer, são muitas as pessoas que acessam o Facebook da pequena Manuela em busca de orientação e de apoio.
A família mogiana chegou a criar uma hashtag (#euamoalguemcommicrocefalia) que recebeu mensagens de todos os cantos.
“A maior dificuldade é não ter onde buscar informações e o atendimento especializado com qualidade. É não saber como agir”, admite Gabriele.
A falta de estatísticas oficiais não deixa dúvidas de que a microcefalia era, até recentemente, alvo de pouca atenção nas cidades. A notificação da doença se tornou obrigatória no final do ano passado. Antes disso, ela entrava no rol das malformações.
Em Mogi das Cruzes, por exemplo, não há um histórico de crianças nascidas com microcefalia nos últimos anos. Só é sabido que em 2015 não teve nenhum caso porque, diante do avanço do zika vírus, a Vigilância Epidemiológica fez um levantamento nos casos gerais de malformações notificados no ano. (Mara Flôres)
Fonte:O diario
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